O Equilíbrio Que Encontrei: Uma Jornada Pessoal entre Vida Profissional e Pessoal
No post de hoje, mergulho em um tema intrínseco ao nosso dia a dia e que, sim, pode ser polêmico: o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Com base na minha própria percepção e vivência, compartilharei aspectos dessa busca constante, citando exemplos da minha trajetória e o que considero um equilíbrio adequado para minha realidade. Convido você a buscar neste relato semelhanças e reflexões que talvez façam sentido para a sua jornada.
Primeiros Passos e o Primeiro “Choque”
Considero-me sortudo por ter começado a trabalhar cedo, por volta dos 15 ou 16 anos, em uma loja de shopping. Naquela época, conciliava a escola pública em meio período com um trabalho de jornada 6×1, das 16h às 22h. Como todo adolescente, dividia o tempo livre entre estudos e diversão com amigos. Para mim, essa era uma vida normal.Aos 19 ou 20 anos, já na faculdade e no mesmo emprego, minhas responsabilidades aumentaram. Havia assumido a subgerência de uma das lojas e, muitas vezes, precisava dobrar o turno. Foi então que senti o primeiro choque entre vida pessoal e profissional, embora na época eu não o visse assim. Após um período com uma jornada exaustiva de trabalho, faculdade e tentativas de conciliar a vida social, percebi o enorme desgaste físico e mental. O dia tem 24 horas: trabalhando 10h (às vezes 12h ou mais), estudando 4h, e gastando 2h com deslocamento, sobravam apenas 8 horas para dormir, ter vida social ou qualquer outra coisa. Esse desgaste me fez entender a necessidade de me dedicar mais aos estudos para vislumbrar um trabalho que me permitisse maior equilíbrio. Decidi pedir demissão em novembro, pouco antes do Natal, um período de grande movimento e bons resultados financeiros no shopping.
A Transição e a Busca por Mais Equilíbrio
Aproximadamente três meses depois, fui aprovado em um processo seletivo para um estágio em uma empresa de tecnologia. Foi uma mudança excelente, que me permitiu um equilíbrio muito melhor entre trabalho, faculdade e lazer, afinal, eu teria ao menos o final de semana livre. Entre desafios, mudanças de função e crescimento profissional, permaneci nessa empresa por quase duas décadas – uma vida, pois entrei jovem e saí adulto e casado.
Dada a minha trajetória e os desafios que havia superado na empresa, não haveria motivos para sair. No entanto, embora eu pudesse equilibrar até certo ponto a vida pessoal e profissional, pairava a sensação de que o trabalho poderia se estender para altas horas da noite ou para o final de semana. Até certo ponto, considerei isso necessário, pois tinha ambição de crescer ainda mais na carreira. Com o passar dos anos, porém, percebi que zelar por um equilíbrio maior, que permitisse ter horas do dia e o final de semana sem estar conectado ao trabalho, fazia mais sentido para o meu propósito pessoal e profissional.
Nessa jornada, houve momentos em que precisei acordar de madrugada para trabalhar, desmarcar compromissos de fim de semana, ou retornar para casa no meio de um evento social. Isso me levava a questionar até que ponto o bom salário compensava os momentos perdidos. Com a pandemia de COVID-19, a sensação de estar ainda mais preso ao trabalho aumentou, pois, não estando acostumado a uma regra de horário no home office, eu começava antes das 7h e só parava após as 19h.
A Decisão Crucial e o Equilíbrio Atual
Embora essa rotina não estivesse afetando diretamente minha vida familiar, percebi que era o momento de parar e não correr o risco de que isso acontecesse. Deixei a empresa aos 35 anos em busca de algo que não exigisse que eu estivesse quase 24h conectado ao trabalho.
Com essa nova mudança, embarquei em uma jornada profissional onde pude experimentar os melhores momentos de equilíbrio pessoal e profissional. Não era mais necessário trabalhar 10 ou 12 horas por dia, nem aos finais de semana, exceto em raras ocasiões. Hoje, aos 39 anos, sigo o caminho de equilibrar as coisas e sou regrado para não ultrapassar meus limites, desfrutando de momentos com foco e prazer. Embora eu tenha consciência de que minha vida profissional poderia ter um crescimento ainda mais expressivo, considero que todas as minhas decisões até então foram as melhores, pois tenho tranquilidade em afirmar que o equilíbrio que encontrei é o ideal para a minha realidade.
Minhas Principais Reflexões
Ao longo desta jornada, destaco alguns pontos principais:
- O excesso de algo tende a afetar sua vida de forma desagradável em algum momento.
- Basear suas decisões vislumbrando um propósito futuro o recompensará.
- Sua vida é única: aproveitar bem os momentos profissionais e pessoais com dedicação, sem precisar escolher um ou outro, trará mais satisfação.
Este foi meu relato de experiência vivida até então. Tive a “sorte” de buscar oportunidades que me permitissem viver de modo a aproveitar momentos profissionais e pessoais sem precisar abrir mão de um deles. Equilibrar não é deixar de lado o esforço da conquista – em alguns momentos, você terá que abrir mão de algo por uma conquista maior. Equilibrar é ter o melhor controle possível sobre seus momentos, não permitindo que um lado prejudique o outro.
Espero que tenha aproveitado a leitura e que meu relato possa inspirá-lo a refletir sobre como você pode melhorar o equilíbrio em sua própria vida.
